Olá, pessoal!
Neste meu primeiro artigo sobre Lorcana, o maravilhoso card game da Disney (por enquanto ainda não distribuído oficialmente no Brasil, mas é uma questão de tempo!), vou analisar os resultados dos dois gigantescos torneios recentes: os “Disney Lorcana Challenge” (DLC) de Vegas (EUA) e Birmingham (Reino Unido)! Vamos lá!
Entendendo os Disney Lorcana Challenges
Os DLCs são torneios “abertos” (ou seja, qualquer pessoa pode jogar, não sendo necessária qualquer qualificação prévia), com uma premiação especial que consiste em promos diferenciadas, cartas serializadas, playmats, entre outros itens, e também qualificação para os respectivos Championships (EUA ou Europa).
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São torneios de 2 dias, sendo que no primeiro dia ocorre em 9 rodadas no formato suíço, em Melhor de 2, e no segundo dia o Top 64 joga em eliminação simples, Melhor de 3.
O “Melhor de 3” é razoavelmente autoexplicativo e já conhecido para quem joga outros cardgames - basicamente, o primeiro jogador que atingir 2 vitórias é considerado o vencedor do “match”.
Já o “Melhor de 2” é uma particular inovação do Lorcana para o mundo dos card games, mas busca algo parecido com campeonatos esportivos que tem “jogo de ida” e “jogo de volta”. Basicamente, os 2 jogadores irão sempre jogar 2 partidas, inclusive permitindo alternar perfeitamente cada um “começando” um jogo. Cada partida vencida soma 3 pontos para o vencedor, e se um dos jogadores vencer 2-0 recebe um ponto extra. No fim, você pode receber então 7, 3 ou 0 pontos por cada “match”.
Analisando os DLCs Vegas e Birmingham
DLC Vegas
O Challenge em Las Vegas contou com 1903 participantes. Após 9 rodadas de suíço, o corte para o top64 foi em 45 pontos, sendo que as últimas vagas foram definidas nos critérios de desempate (deixando 9 jogadores com 45 pontos fora do top64).
No dia seguinte, ao final dos jogos eliminatórios, Zan Syed (que terminou o suíço em 32º) sagrou-se campeão do evento, com seu deck Emerald/Steel Discard, que busca exaurir os recursos do oponente com personagens como Diablo - Devoted Herald e canções como We Don’t Talk About Bruno. Cabe destacar que Zach Bivens, que foi o 1º colocado no primeiro dia após as 9 rodadas, também estava com o deck (embora não a exata mesma lista), mas acabou eliminado no top64.
O deck foi a sensação do evento, com três jogadores do top4 usando uma versão do deck (a final foi ,inclusive, uma mirror), e chamou muita atenção, pois os decks de descarte eram dados como “mortos” após o recente “nerf” na carta Bucky - Squirrel Squeak Tutor.
DLC Birmingham
O Challenge em Birmingham contou com 2012 participantes. Após 9 rodadas de suíço, o corte para o top64 foi também em 45 pontos, com apenas 4 participantes de 45 pontos ficando de fora.
Ao final das eliminatórias, Federico Marinangeli (que terminou o suíço em 5º) sagrou-se campeão do evento com o deck Ruby/Sapphire Ramp, um deck que combina cartas que controlam a mesa como Be Prepared e Maui - Hero to All com cartas de alto custo como Sisu - Empowered Sibling e Maleficent - Monstrous Dragon que entram em jogo rapidamente graças a diversas cartas do deck que crescem o seu inkwell.
Conclusões
Antes de mais nada, cabe destacar como existe uma boa variedade no jogo, com todas as cores presentes de alguma forma nos decks competitivos. Isso permite uma personalização maior nos baralhos, como, por exemplo, se observa nos decks campeões dos dois eventos - nenhum outro deck da mesma estratégia no top64 foi exatamente igual.
Contudo, é de se destacar também que as estratégias rápidas (focadas em basicamente ignorar até certo ponto o que o oponente está fazendo e apenas “rushar” os 20 pontos de lore necessários para vencer) não tiveram muito sucesso, muito em conta da quantidade de ferramentas de controle de mesa disponíveis - em especial canções, que permitem resolver a mesa do adversário sem gastar do próprio inkwell.
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Interessante observar que o deck Emerald/Steel Discard, campeão em Vegas e com diversos outros representantes no top64, foi basicamente ausente em Birmingham. Resta ver como o metagame irá se ajustar nas próximas semanas. O próximo Challenge, em Seattle, no final de outubro, será a oportunidade de ver se a estratégia irá se firmar ou se foi um “outlier”.
Por fim, é muito bom ver que praticamente todas as edições do jogo (cinco, até o momento) contribuem de alguma forma com algo para todos os decks competitivos, o que é um bom indicativo de designs cooperativos entre as edições, bem como de um playtest razoavelmente adequado (com o único “incidente”, até o momento, sendo o bizarro “nerf” no Bucky, como já mencionado).
Lorcana nos traz um TCG saudável, divertido, e com muitas opções - tanto competitivas como casuais - que agradam tanto fãs da Disney como fãs de jogos estratégicos. Mal posso esperar sua chegada oficial no Brasil!
Obrigado pela atenção e até a próxima!
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