Hora de triturar o deck adversário!
Olá, pessoal!
A maior parte dos jogos de cards colecionáveis ensina logo no início das regras sobre as condições de vitória. Em Lorcana, é bem claro que a condição de vitória padrão é atingir 20 pontos de Lore.
Contudo, se observarmos o manual de regras do jogo, vemos que existe uma segunda condição de vitória, destacada a seguir:

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Em outras palavras, se de alguma forma conseguirmos deixar o deck do nosso adversário vazio, ao passarmos o turno, nosso oponente precisará fazer todo o passo-a-passo normal do jogo, que inclui comprar um card. Porém, como seu baralho estará vazio, ao tentar comprar um card, o oponente perderá o jogo!
Que loucura, não? Bem, nosso deck de hoje será justamente voltado a fazer essa loucura funcionar! Vamos então analisar o Amethyst-Steel Mill!
O plano de jogo
A estratégia de acabar com todos os cards do oponente existe em outros cardgames que também incluem essa condição em suas regras. O primeiro arquétipo competitivo desse tipo surgiu em Magic: the Gathering, baseado num card chamado Millstone - por isso, a estratégia como um todo recebe carinhosamente o apelido Mill - em português, traduzido normalmente como triturar.
É importante estabelecer alguns pontos da estratégia e entender exatamente o motivo para se jogar com um deck assim - pensando, especificamente, na lógica e regras de Lorcana.
Vantagens
Decks de Mill não buscam vencer por meio de 20 de Lore, e sim por reduzir os 60 cards no baralho do oponente a zero. Boa parte das estratégias mais competitivas do jogo, hoje, envolve justamente usar cards que compram mais cards - exemplos como Hiram Flaversham - Toymaker, Friends on the Other Side, ou Diablo - Devoted Herald vem à mente. Isso faz com que a estratégia de acabar com os cards do adversário seja mais eficiente, pois o próprio oponente está auxiliando com nosso plano de jogo!
Outra vantagem é que muitos oponentes terão cards pensados para combater uma vitória padrão, ou seja, impedir 20 de Lore. Cards com efeitos de reduzir ou roubar Lore serão ineficientes ou quase nulos, e esse acúmulo de cards inúteis pelos oponentes nos dá mais tempo de seguir em nosso plano de triturar seus decks.
Desvantagens
A maior desvantagem do arquétipo é que a estratégia não afeta a mesa - você está usando cards que atingem o deck do oponente, e não necessariamente o que já foi jogado. Ou seja, oponentes que conseguem jogar rapidamente muitos personagens, ou que conseguem continuamente aumentar sua mesa e combater a nossa, serão mais difíceis de lidar.
De certa forma, a desvantagem matemática também é problemática: se imaginarmos que nossos adversários começam com 53 cards no deck - 60 menos os 7 da mão inicial -, nossa missão de triturar 53 cards parece impossível ante a missão contrária de juntar 20 de Lore.
Não tenha dúvida - jogar com o arquétipo é desafiador!
A Lista e Análise dos Cards
Os cards existentes no jogo que descartam diretamente o deck do oponente estão concentrados na tinta Amethyst, que será nossa cor principal. Assim, temos certa flexibilidade de escolha na segunda tinta.
A lista que vou apresentar a seguir é a que tenho obtido resultados mais consistentes - mas não significa que é a absolutamente melhor. Use como ponto de partida e ajuste para outras estratégias ou cores que você prefira!
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Como pode ver, a tinta escolhida para combinar com Amethyst foi Steel, em razão principalmente de um card: A Whole New World. Vamos analisar e detalhar os cards da lista, e com isso fica mais claro o motivo da escolha.
Os Trituradores

Esses 3 cards são as melhores ferramentas para eliminar diretamente cards do deck do adversário - curiosamente, temos 1 de cada: um personagem, uma ação e um item.
Mad Hatter e Teapot eliminam apenas um card, mas conseguem repetir o efeito todo turno. Ou seja, são melhores em jogos mais longos. Mad Hatter, por ter atributos mínimos, provavelmente não ficará na mesa muitos turnos, então abuse da habilidade sempre que puder - são apenas duas cópias dele, também, em razão de ser uma das opções de menor valor disponíveis.
Já A Very Merry Unbirthday é uma das melhores opções - por 1 de tinta, eliminamos 2 cards. Infelizmente, por ser uma ação, é um efeito único, então serve à função - mas contar apenas com ela não torna possível a estratégia como um todo.
Comprando cards… para o oponente!

Como não existem cards que triturem um número considerável do baralho do oponente, a outra forma que teremos para acabar com seu baralho será forçar a compra de cards. Com isso em mente, fica claro o papel de A Whole New World no deck - motivo pelo qual optamos por Steel.
Show me More! é a nova adição de Archazia’s Island, perdendo em eficiência apenas para A Very Merry Unbirthday. Por 2 de tinta, eliminamos 3 cards do oponente e compramos 3 cards - claro, depois teremos que lidar com os 3 cards extras do adversário também.
Chromicon, similar à Teapot, elimina 1 card por turno, porém sem nos custar tinta e também nos fornecendo um card extra. Pode parecer pouco, mas quando você começa a acumular 3 ou mais desses itens na mesa, de repente o adversário perde muitos cards do deck turno a turno.
E, claro, A Whole New World. Por 5 de tinta, será uma forma de eliminarmos 7 cards do baralho do adversário e encher nossa mão novamente - com mais cards de triturar, mais cards de compra, personagens, e possivelmente uma nova cópia de A Whole New World para fazermos tudo novamente. A carta por si só é forte, e no contexto do deck traz uma ameaça real ao adversário - enche a mão, mas aproxima mais e mais do fim do próprio deck.
Controlando a Mesa


Como falamos antes, é preciso um equilíbrio entre os cards usados apenas para acabar com o baralho do oponente e os demais, que são pensados para segurar o jogo enquanto buscamos a vitória por Mill.
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Temos alguns personagens de custo baixo, cujo objetivo é manter presença na mesa e permitir trocas vantajosas com os personagens do oponente. Hook, Mr Smee e Merlin fazem um trio pensado para parar os baralhos agressivos, enquanto Mulan ajuda a eliminar algum excesso de cards não-tintáveis.
Benja é um slot flexível, podendo ser adequado ao seu metagame local. Outras possibilidades seriam Pete - Games Referee ou Lawrence - Jealous Manservant. Aqui optamos por usar Benja em razão da popularidade do deck de Itens com a nova edição.
Os personagens mais pesados, na verdade, têm a opção de serem jogados pelo Shift, o que suaviza seu custo. Tanto Hook como Yzma podem entrar na mesa alguns turnos antes - e mais importante, podem ser imediatamente usados para cantar A Whole New World, se você não estiver muito atrás na mesa.
Caso você precise primeiro manter tudo sob controle, Hook e Yzma também irão ajudar - Yzma, inclusive, lida com alguma ameaça e retira mais um card do baralho do oponente!
Por fim, Donald Duck - Flustered Sorcerer é outra adição da nova edição, com um efeito excelente para o baralho, já que atrasa ainda mais os oponentes - dando tempo suficiente para o plano de triturar o deck se concretizar.
Os últimos slots

Por fim, usamos 4 cópias da canção We Know the Way. Similar ao que falamos sobre Benja, considere esse outro slot flexível - pode-se usar alguma remoção, como And Then Along Came Zeus ou Grab Your Sword, ou alguma compra de cards como Finders Keepers ou Friends on the Other Side.
O motivo pelo qual optamos por We Know the Way é o potencial de devolver uma A Whole New World ao deck e, com um pouco de sorte, conseguir até uma de graça do topo! O principal objetivo é recuperar uma das melhores opções do descarte para o deck e aumentar a consistência no plano de Mill - encadear várias A Whole New World em sequência pode ser uma forma de vencer um oponente desprevenido!
Outra questão é o fato de We Know the Way ser tintável e ser uma canção de custo relativamente baixo, permitindo jogadas sem desprender muita tinta no turno. Como explicado, é um slot flexível - mas vale a pena dar uma chance antes de desconsiderar essa canção.
Conclusão
É sempre um desafio fazer uma estratégia alternativa funcionar num TCG. Foram necessárias sete edições para que o número de opções existentes permitisse um arquétipo minimamente consistente para o plano de triturar o deck adversário!
Não significa, claro, que o plano é especialmente competitivo ou que necessariamente irá demolir os torneios na sua região. Porém, é um plano interessante e que foge do padrão de jogo, o que também traz diversão - especialmente se você está um pouco saturado de alguns decks.
Como também foi mencionado, a opção pela tinta Steel se deu em razão do uso de A Whole New World, mas muitas outras combinações são possíveis - Ruby, com mais controle de mesa com Be Prepared e Madame Medusa - Diamond Lover, ou Emerald, com descartes e Do It Again! para recuperar ações-chave, são outros exemplos.
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E você, o que achou da lista? Que alterações faria? Que outra cor você usaria? Compartilhe com a gente!
Abraços e até a próxima!
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